
Longe vai o tempo em que o Bonfim era problemático para um grande. Vitores Baptistas, Aparícios, Chiquinhos Condes, Yekinis e Kasumovs não tiveram sucessores à altura, acumulando-se actualmente jogadores que, apesar de algum talento, são jovens que não têm uma estrutura sólida, que permita integrá-los da melhor maneira. Amuneke, Varela e Mbamba parecem ser as únicas opções válidas para o ataque, tendo em conta aquilo que Mário Carlos e Lourenço têm vindo a revelar. Mas, quando estes não jogam bem, como é possível fazer uma chamada de atenção?! Não existem alternativas! Os miúdos da equipa B também são lançados às feras, na esperança de que tenham algum rasgo no meio daquela barafunda…
O Vitória foi, assim, o adversário ideal para a ressaca da série de derrotas mais traumatizante da era Paulo Bento. Apesar disso, acho que é inegável que o Sporting jogou melhor do que nos últimos 5/6 jogos. O 2º golo nasce num trabalho perfeito de Liedson, que pareceu o Levezinho de 2004/2005 durante os 90 minutos, com o Nani versão “inicio de época” a confirmar que queria mesmo fazer um grande jogo. Notou-se maior consistência defensiva com Caneira na direita e um Bueno que, apesar de se esforçar, ainda não aprendeu que, no futebol europeu, é preciso fugir às marcações para tocar na bola mais vezes.
Toni montou uma estratégia com 3 centrais e não teve sorte: os primeiros dois golos do Sporting nascem graças à falta de pressão sobre João Moutinho, na esquerda, e sobre Nani, no lado direito. Por aqui se construiu a vitória leonina. Nelson viu-se sozinho com Liedson à frente no primeiro golo e estava tapado por um defesa sadino no 2º, sendo difícil efectuar uma defesa em qualquer um dos casos. Amuneke, um dos jogadores do Vitória com futebol mais práctico, foi dos únicos a criar relativo perigo, normalmente apoiado pelo esforçado La Paglia. Mbamba e Varela foram ainda mais inconsequentes, apesar do segundo ter estado mais em jogo.
Nota negativa para o baixo número de espectadores no estádio. Um jogo à tarde evitaria o frio brutal que se fez sentir num estádio arcaico, bem como preços mais razoáveis (25 euros para uma lateral é um roubo enorme num jogo destes) facilitariam a melhoria de um cenário que não chega aos calcanhares daquele que era o Bonfim há 20 anos atrás. Nota ainda mais negativa para Juve Leo, uma nódoa para um clube que se diz diferente. Consolidando a sua condição de energúmenos, provocaram os adeptos do Vitória recorrendo ao insulto gratuito, numa altura em que ganhavam por 3-0(não é que tivessem desculpa se não tivessem a ganhar, mas o contexto ainda torna a sua atitude mais absurda). Responderam bem os sadinos, com os cânticos "Spartak!".
O Sporting encontrou um trampolim para a recuperação e resta saber se a equipa conseguirá fazer um campeonato regular, esperando pelos deslizes (que não deverão ser muitos) do Porto. Já o Vitória vai à Luz na próxima semana com a vontade de acabar o ano fora da linha de água. Mas a esta equipa falta muito mais que vontade…
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