Em defesa do Pantera Negra

on Friday, December 29, 2006
Desde o último mundial de futebol que oiço os camaradas de armas lagartos reivindicarem para Luís Figo o título de melhor jogador português de sempre, em prejuízo de Eusébio da Silva Ferreira.
Alegam eles (os lagartos, claro) que o actual reforço de um certo clube saudita, foi figura de proa em vários clubes de top europeu, enquanto que o Pantera Negra jamais saiu de Portugal.
Em Espanha Figo foi realmente grande (mais em Barcelona), mas terá sido assim tão nuclear no Inter de Milão? Sinceramente comparo a sua prestação à de Rui Costa no AC Milan, se bem que o maestro estava tapado por esse grande jogador que é o brasileiro Kaká.
Figo foi titular indiscutível em Barcelona e nos primeiros anos como Merengue. Luxemburgo apresentou-lhe a porta da saída e o “Pastilhas” foi o 1º do galácticos a sair. Fê-lo pela porta pequena, há que dizê-lo com frontalidade.
Se excluirmos as suas aventuras, já em final de carreira, à caça dos dólares, Eusébio não saiu para o estrangeiro, mas porque o haveria de fazer? O Benfica era no seu tempo um dos grandes colossos do futebol mundial. A cobiça abundava mas o “rei” por uma razão ou por outra permaneceu sempre na Luz.
Nos anos 60 as transferências de jogadores nacionais para o estrangeiro rareavam como a água na planície alentejana nos meses quentes de Verão.
Frankz Beckenbauer (Bayern de Munique), Alfredo Di Stefano (Real Madrid), Giuseppe Meazza (Inter de Milão e 1 ano no AC Milan), Pelé (Santos) e Mané Garrincha (Bota Fogo, são alguns exemplos de atletas que não precisaram de sair do seu país para serem grandes, qui ça os melhores de sempre.
Fala-se também nos títulos conquistados, mas não vamos por aí, Eusébio é certamente mais galardoado do que Figo, mas se formos por esse caminho, Vítor Baía é o melhor guarda redes de todos os tempos e Jorge Costa um dos melhores centrais da história do jogo.
Ao nível da selecção nacional sou obrigado a dar um pouco a mão à palmatória, mas não se pode comparar o grau de exigência para conseguir o apuramento para uma qualquer competição de selecções. No passado não havia Lichenstein, San Marino e todos os pequenos países resultantes do fim da União Soviética e Jugoslávia.
Figo esteve presente em 3 fases finais do campeonato da Europa, 1996, 2000 e 2004.
Em Inglaterra foi uma nulidade (com excepção do golo apontado contra a Croácia), 4 anos mais tarde (talvez na sua melhor época de sempre) foi fantástico, mas perdeu justamente face a Zidane.
No Euro 2004 esteve em bom nível, mas a alma da selecção foi a maravilhosa equipa do Nosso Porto que havia sido campeã europeia um mês antes. Duvidam? Ok, aqui vai: Luís Figo = 0 golos.
Em mundiais, o Coreia e Japão foi um fiasco com o 7 da selecção a não ganhar um único lance. Uma vez mais, Figo = 0 golos.
4 anos mais tarde esteve bem, mas a idade já pesava e as pernas não davam para aguentar os 90 minutos da partida. Golos? Nem vê-los!
Figo foi um grande jogador, mas dizer que suplantou Eusébio é o mesmo que um qualquer adepto dos Los Angeles Lakers afirmar que Kobie Bryant ultrapassou Michael Jordan.

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