
Depois de ter sido dado como certo a treinar o Metro Stars dos E.U.A. , Zé Peseiro dá sinais de vida para contar o quão discriminado e menosprezado foi em Alvalade. Conta que Carlos Freitas tinha em mãos um lobby contra a sua pessoa, o que levava os adeptos a não exibirem faixas de apoio ao ribatejano.
E é assim que Zé Peseiro me explica não só questões relacionadas com futebol, mas com todo o fenómeno desportivo.
Nunca vi uma faixa de apoio a Co Adriaanse. Nem um cartaz com a cara de Ronald Koeman. E porquê? Reinaldo Teles e José Veiga têm, respectivamente, uma óbvia armadilha montada aos holandeses. Se um bando de energúmenos de uma claque tivesse cercado o carro de José Peseiro à saída de Alcochete, com uma chuva de very lights a deixar bem patente o descontentamento por um empate ou derrota, era bem provável que a culpa fosse do Pedro Barbosa ou dos tais “jornalistas amigos do Carlos Freitas”.
Peseiro não entende que nenhum treinador está constantemente rodeado de um “ambiente favorável”. A obrigação de um chefe é transformar um clima adverso num clima benéfico. Se não o consegue fazer não tem vocação para a tarefa e, logicamente, é incompetente. Nos primeiros tempos de José Mourinho no Porto, o setubalense ouvia regularmente nas Antas um saudoso “Joguem à bola, palhaços” dirigido à sua equipa quando o resultado não era o melhor. E o técnico dá a entender, na sua biografia, que estas manifestações espicaçavam os seus jogadores, incentivando-os a demonstrar aos adeptos que eles sabiam realmente jogar à bola.
Ao apontar Pedro Barbosa como causa do insucesso na época passada, Peseiro não só está a ser cobarde como também demonstra uma notória falta de pulso( mais que verificada): se nem no seu capitão, representante do treinador dentro das 4 linhas, o “campino” tinha mão, seria praticamente impossível ganhar algum respeito dentro do plantel. E se a braçadeira não mudou de mãos, talvez o “Croissant” não estivesse assim tão errado quanto à forma de liderança no balneário ou o medo de entrar em rotura directa com as principais figuras do clube era grande da parte do técnico.
“As decisões de maior desgaste, disciplinares e outras, tiveram de ser tomadas pelo treinador. Um simples regulamento interno praticamente nem foi implementado, creio que por receio de afronta aos jogadores.”Ora, se o treinador é um líder, a principal responsabilidade por decisões disciplinares tem de ser sua. Vale e Azevedo relegou Maniche para a equipa B do Benfica? Abramovich deu uma reprimenda a Ricardo Carvalho em frente do plantel do Chelsea, devido a uma entrevista? Ou será que o sujeito de ambas as frases é “José Mourinho”?
Nenhum regulamento interno estava definido? Então mas quem manda no balneário? O presidente, presença rara nos treinos? O líder do conselho fiscal? Os membros do conselho leonino? A Maria José Valério? O Jorge Gabriel? Não, o treinador, as regras que os jogadores cumprem são ditadas pelo treinador(raciocínio La Palissiano).
Porque para treinar não é apenas necessário saber jogar com o losango no meio-campo ou fazer a mítica "pressão alta"...
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