
Frente à Alemanha, a Argentina apostou num jogo de contenção. Os comandados de Pekerman tiveram muita posse de bola, mas quase toda ela no seu meio-campo. Os argentinos não queriam arriscar e os alemães não pressionavam muito à frente. A equipa sul-americana acabou por chegar ao golo na primeira oportunidade que teve, num lance de bola parada (ou esquemas tácticos, como diz o génio José Peseiro). Sinceramente temi que o resultado estivesse feito, tal era o conforto com que os argentinos pareciam sentir-se naquela situação. Menosprezei os alemães (shame on me), que, ao seu estilo, foram intensificando a pressão quase sem se dar por isso. O golo surgiu naturalmente, numa bela combinação aérea. Nos entretantos, a Argentina pouco aproveitou para contra-atacar (apenas uma oportunidade de Maxi Rodriguez, após uma perda de bola da defesa alemã) e Pekerman acreditou que o jogo acabava aos 90 minutos, como demonstram as substituições que fez. Só na segunda parte do prolongamento a Argentina veio para a frente, talvez por perceber que nos penalties dificilmente bateriam os alemães. Já foram tarde e na estupidamente chamada “lotaria” perderam sem apelo.

Curiosamente ambas as equipas sul-americanas tiveram um jogo excepção. O Brasil frente ao Japão e a Argentina contra a Sérvia e Montenegro. De resto, as duas equipas optaram sempre por jogar de forma muito controlada, deixando o espectáculo de lado, o que contraria a sua natureza. Esse estilo de jogo é desde (quase) sempre utilizado pela Itália, considerado o país dos mestres da táctica. No entanto, e apesar de a Itália já estar nas meias-finais (beneficiando do calendário mais fácil na segunda fase), está por provar que esse estilo dê tão bons resultados que valha a pena transportá-lo para outras equipas. Que eu saiba a Itália só venceu um Mundial depois da II Grande Guerra. Porque é então tão sobrevalorizada a sua alegada mestria táctica?
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