Sou daqueles que pensam que Portugal devia pertencer a Espanha. E não é um desabafo momentâneo, como muitas vezes acontece quando a vida nos corre mal. É uma opinião amadurecida*. Por um lado porque teríamos um nível de vida bem superior, por outro porque a nossa maneira de ser não é assim tão diferente dos espanhóis. Ou melhor, as diferenças que há entre portugueses e espanhóis não é maior do que a que há entre galegos e catalães, ou entre bascos e andaluzes, por exemplo.
Uma das semelhanças acontece precisamente no futebol. Descobri isso in loco há três anos, quando assisti a um Atlético de Madrid-Albacete, no Vicente Calderón. Logo no primeiro minuto, Fernando Torres tentou ganhar um penalty, mas o árbitro não foi na conversa. Mas foi o suficiente para a afición colchonera desancar no árbitro pelo jogo fora. O ambiente era muito semelhante aos dos estádios portugueses, descontando o pormenor de estarem umas dezenas de milhar de espectadores a mais do que acontece por cá.
E tal como cá, também em Espanha existem árbitros capazes de coisas incríveis. Acabei de assistir ao Atlético-Recreativo pela TV e, apesar de ser adepto colchonero convicto, no que respeita ao futebol espanhol, não deixei de ficar impressionado pela forma como o árbitro decidiu o resultado do jogo, vitória madrilena por 2-1. Na última meia hora, o colegiado conseguiu fazer isto: inventar um penalty a favor do Huelva; não assinalar um penalty claro a favor da mesma equipa; marcar um penalty duvidoso que permitiu o empate ao Atlético; validar o 2-1 marcado por Agüero, uma fotocópia do golo de Ronny em Alvalade; mostrar dois amarelos a um jogador visitante e esquecer-se de o expulsar, só o fazendo depois de alertado pelo quarto árbitro. O nome do senhor do apito? Não me recordo ao certo, talvez Juan Ferreyra.
* Claro que preferia que Portugal pertencesse à Alemanha, à Suíça, à Suécia ou à Noruega, mas não tenho ilusões, não só por dificuldades geográficas, mas sobretudo pela enorme diferença de culturas entre Portugal e os países citados.
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