Febre de 6ª à Noite

on Friday, December 2, 2005

Não pode ser considerado um grande jogo, mas acabou por ser um espectáculo agradável aquele que as 52.000 pessoas hoje presentes no Dragão presenciaram.
Falando abertamente: o Porto tem melhores individualidades que o Sporting e Paulo Bento não podia pôr a equipa a jogar de peito feito quando esta ainda está a recuperar consistência defensiva (que raramente teve com Peseiro). Os leões arriscaram pouco e passaram muito tempo resguardados no seu meio-campo? É óbvio que sim, mas com uma defesa onde os dois laterais são claramente homens de características mais ofensivas e um dos centrais é o “Capitão Fífia”, não existia outra opção senão atribuir a Carlos Martins e João Moutinho tarefas mais defensivas para melhor fazer a transição defesa/ataque.
Adriaanse surpreendeu ao incluir McCarthy no 11 titular, mas de nada valeu o sul-africano. Andou apagado, muito apagado, contrastando com aquele que costuma ser o Benny dos grandes confrontos. Quando Hugo Almeida o susbstituiu, não fez melhor. Quaresma foi, por vezes, um bico de obra para Tello e Rogério, mas os cruzamentos de trivela não saíram tão bem como é normal. Lisandro fez valer a sua capacidade física em alguns lances, mas Tonel(bom jogo) era rápido a despachar a bola. Jorginho, um grande jogador, esteve melhor que nos últimos encontros e o golo nasceu dos seus pés. Apesar disso pode fazer muito, muito melhor. Já Paulo Assunção continua a ser a referência do meio-campo defensivo portista e se o Sporting não teve oportunidade de sair mais vezes para o contra-ataque a ele o deve culpar.Um craque que Pinto da Costa “roubou” à turma de Alvalade. Lucho esteve a seu lado na organização de jogo, descortinando caminhos para o ataque e ainda assustando Ricardo com a sua boa meia distância. Ricardo Costa funcionou mais como um central que fechava a lateral direita, enquanto César Peixoto subia com regularidade. Pedro Emanuel esteve seguro, mas o mesmo não se pode dizer de Pepe. O brasileiro acusou a pressão e falhou o passe que deu a Carlos Martins a possibilidade de assistir Deivid para o golo. Baia fez o que podia durante toda a partida.
Co inventou mais uma vez, é verdade. O holandês é um autentico Professor Pardal no que toca a escalar equipas antes dos jogos grandes e a surpresa que quis fazer a Paulo Bento não resultou.
Empatar no Dragão é um bom resultado para qualquer equipa. O Sporting pode, portanto, sentir-se satisfeito com este ponto. Gosto da gestão do treinador Paulo Bento. A partir do momento em que agarrou no plantel, delineou as suas estratégias e, a partir dai, nunca mais fez mudanças radicais. E nota-se que o espírito de entreajuda é cada vez maior. É já habitual ver os jogadores mais adiantados no terreno, como foi hoje o caso de Deivid ou Carlos Martins, mostrarem o seu empenho em ajudar os colegas dos sectores mais recuados. De referir também as ultimas exibições de Ricardo. Mas que segurança fora de postes, até parecia um jogo do Boavista de 2001! Rogério e Tello atacaram, pode-se dizer, bem e defenderam como sabem, ou seja, razoavelmente( se bem que o brasileiro leva clara vantagem sobre o chileno). Tonel fez, como já referi um bom jogo, sem hesitações, enquanto Polga ficou surpreendido ao ver uma vir na sua direcção e pum, golo. Ok… vão dizer que foi azar, mas tanta fífia já é azar vezes de mais. O homem parece o Argel a abrir buracos, mas sem faceta de arruaceiro. O meio-campo de Custódio, Moutinho, Carlos Martins e, já agora, Sá Pinto, mostrou-se muito solidário quando a equipa precisava de defender ou recuperar jogo. Deivid foi letal e não se deu pela falta de Liedson. Se o ex-Corinthians, que não deixou de ser goleador, quiser sair…bye, bye. Agora aquele Wender é que não consegue dominar uma bola…será que deixou o talento em Braga???!!!

A análise da arbitragem ficou a cargo de Francisco Beckenbauer, o Jorge Coroado deste blog, que a partir da sua mansão em Gelsenkirchen fez a sua análise ao trabalho de Lucílio Baptista (para além do seu sábio contributo na análise do encontro nas linhas anteriores):
Em relação à arbitragem pode-se dizer que foi um jogo sem grandes polémicas, mas não isento de falhas, afinal estamos a falar de liga Betandwin.com. Cada equipa viu um golo anulado, primeiro o Sporting depois de Deivid ter rematado em fora-de-jogo, após grande jogada do colectivo leonino, aos 17 minutos. Depois foi a vez de Lisandro ver o seu golo anulado quando cabeceou para dentro da baliza cometendo falta sobre Rogério, aos 51 minutos do encontro. Dois supostos penaltys terão ficado por marcar, nomeadamente, a mão de Anderson Polga, aos 61 minutos, e a mão de César Peixoto, minutos a seguir. Outro lance houve que envolveu o mais recente craque leonino, Nani, em que este concretizou uma jogada individual fantástica com um golo de belo efeito, mas cometendo falta sobre um defesa portista. Em suma, o árbitro esteve bem durante todo o encontro, nomeadamente nos lances de supostas grandes penalidades em que agiu conforme os critérios que o regeram durante todo o jogo.
São de lamentar, no entanto, os arremessos de objectos para o relvado. São situações a que já nos habituámos no futebol mas não valorizam, de todo, as instituições.


Os + do Porto: Paulo Assunção e Lucho – Dois craques que qualquer equipa gostaria de ter no seu plantel e que são tão bons a destruir como a construir jogo.

Os + do Sporting: Espiríto de grupo e grande entreajuda; demonstração de que Douala e Liedson têm alternativas à altura.

Os – do Porto: Insegurança de Adriaanse em relação ao 11 titular, variando sempre de jogo para jogo; erros de Pepe

Os – do Sporting: Mais uma vez Polga a comprometer; Sá Pinto, apesar da garra, raramente ganha no 1 para 1.

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